CONSELHO PORTUGUÊS de IGREJAS CRISTÃS

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O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) manifestou-se contra afirmações veiculadas numa nota do Conselho Mundial do Povo Russo segundo as quais a guerra contra a Ucrânia é “santa”.

Num comunicado tornado público no final da semana passada, o CMI demarca-se claramente do documento do Conselho em que se afirma, por exemplo: “A Operação Militar Especial é uma nova etapa da luta de libertação nacional do povo russo contra o regime criminoso de Kiev e o Ocidente coletivo que o apoia, conduzida nas terras do sudoeste da Rússia desde 2014. (…) De um ponto de vista espiritual e moral, a operação militar especial é uma Guerra Santa, na qual a Rússia e o seu povo, defendendo o espaço espiritual unificado da Santa Rússia (…) protegendo o mundo do ataque do globalismo e da vitória do Ocidente que caiu no satanismo.”

Agora, no comunicado, o secretário-geral do CMI, Jerry Pillay afirma que não compreende aquelas afirmações, tendo em conta o que o ouviu do Patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa Russa, numa reunião em maio de 2023, em que este afirmou que quaisquer referências que tivesse feito à “Guerra Santa” estariam relacionadas com um domínio metafísico e não com o conflito armado na Ucrânia.

Desde a invasão russa da Ucrânia que o CMI esclareceu, claramente, que “a guerra é incompatível com a própria natureza e vontade de Deus para a humanidade e contra os princípios cristãos e ecuménicos fundamentais”, classificando a atitude da Rússia como “ilegal e injustificável”. Para além disso, rejeitou “qualquer utilização abusiva da linguagem e da autoridade religiosas para justificar a agressão armada e o ódio”. De notar que a Igreja Ortodoxa Russa contribuiu para os processos de aprovação destas posições, enquanto Igreja-membro do CMI.

O secretário-geral do CMI, Jerry Pillay, escreveu ao Patriarca Cirilo solicitando esclarecimentos sobre a nota do Conselho Mundial do Povo Russo e perguntando-lhe se este deve ser entendido como expressão da posição da Igreja Ortodoxa Russa perante o conflito com a Ucrânia, dadas as anteriores declarações de Cirilo. Para além disso, Pillay diz que “foi solicitada uma reunião urgente para discutir este assunto e para encontrar formas de responder às preocupações levantadas” no interior da organização.

Fonte: 7 Margens

 

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