Aleluia! Cristo ressuscitou! Aleluia!
Uma vez mais celebramos a Páscoa de Jesus Cristo num contexto de pandemia e de estado de emergência. A primeira palavra é, pois, de solidariedade e de amor para com todos aqueles e aquelas que estão a ser vítimas da pandemia e entre eles os doentes internados nos hospitais, as famílias enlutadas pela perda dos seus queridos e queridas e também os que perderam o seu emprego e vivem a incerteza e precariedade do dia de amanhã.
Damos graças a Deus, pela reabertura das Igrejas após um período de confinamento e a oportunidade que nos é concedida de celebrar publicamente a fé em Cristo ressuscitado. Juntos e na comunhão da Igreja reunida, vencemos mais facilmente o medo do isolamento, da solidão e do esquecimento, que tem marcado o sentir de muitos e muitas e em particular dos mais vulneráveis e dos idosos. Só construindo uma comunhão presencial, que recusa o isolamento e a desunião, seremos capazes de vencer o medo.
Estamos cientes que o Covid-19, entre outros, possui um efeito revelador, dado que expos ainda com maior clareza a grave crise política, económica e ecológica já anteriormente existente. Num mundo com tantas desigualdades económicas, os pobres e os países pobres, sofrem ainda mais os efeitos desta tempestade. Verdadeiramente estamos na mesma tempestade, mas não estamos todos no mesmo barco. A profunda resiliência perante as adversidades enfrentadas e manifestada por tantos e tantas, constitui um exemplo para todos, capaz de transmitir verdadeira esperança no meio da dificuldade.
À luz da ressurreição de Jesus Cristo, que nos implica no presente e desde já, na construção do Reino de Deus, promovendo os seus valores de justiça, paz, misericórdia e alegria, fazemos também nosso, o apelo, de muitas instâncias ecuménicas internacionais 1, para que, no contexto agravado por esta pandemia, bancos e instituições financeiras internacionais cancelem as dividas externas dos países de baixo e médio rendimento (que já estavam em níveis prejudiciais mesmo antes da pandemia).
Também e no momento presente, apelamos a que seja dado incentivo à descoberta de tratamento de combate imediato ao vírus, que se valorize e implemente as descobertas já feitas, que se promova uma justa e equitativa distribuição da vacina contra o Covid-19 entre os países e que no seio de cada sociedade, a vacinação privilegie em primeiro lugar os mais vulneráveis.
No ano em que se celebra o seu 50º aniversário (1971-2021) e inspirado pela mensagem e presença de Cristo ressuscitado, o COPIC reafirma o seu propósito de cooperar com todos os homens e mulheres de boa vontade e com as demais organizações religiosas em Portugal, na promoção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. Neste sentido, apela a que, em cada comunidade cristã, em cada Igreja e em cada paróquia, se desenvolvam serviços de ajuda ao próximo e à comunidade envolvente, que possam constituir uma efetiva expressão do Amor e da presença de Deus.
Aleluia! Cristo ressuscitou! Aleluia!
Vila Nova de Gaia, 29 de março de 2021
A Direção do COPIC