Nota de Pesar pelo falecimento do Bispo Emérito Ireneu da Silva Cunha
Faleceu a sete do corrente, após algum tempo de enfermidade, Ireneu da Silva Cunha, Pastor da Igreja Metodista Portuguesa, posteriormente seu Superintendente-Geral e seu primeiro Bispo. O Bispo Emérito Ireneu da Silva Cunha foi o primeiro secretário geral do Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), cargo que ocupou desde 1971, ano da fundação do Conselho até 1984. Com alguns custos substanciais para o seu Ministério, interessou-se desde muito cedo pelo movimento Ecuménico no mundo a partir do Concílio Vaticano II, e em Portugal através da Comissão Intereclesiástica, que, com Metodistas, Lusitanos e Presbiterianos, lançará as bases do COPIC. Nos anos 60, sendo Pastor da Igreja Metodista de Aveiro aderiu de imediato à ideia da abertura de um Centro Ecuménico, em Buarcos, Figueira da Foz, tendo sido eleito membro da Direção deste Centro, inaugurado em 1969. Destacou-se também, por ter sido nesta época um dos grandes dinamizadores em Portugal da celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que de maneira ainda informal e com forte contestação se realizou pela primeira vez no seminário dos Olivais, em Lisboa.
Na década de setenta do século passado desenvolveu ainda mais a sua paixão pelo Ecumenismo a partir do momento em que foi diretor da casa Universitária Ecuménica na cidade de Coimbra – Centro Emaús, tendo sido convidado pelo Bispo da Cidade - D. João Alves - para ser professor de Ecumenismo no Seminário Maior da Diocese de Coimbra entre 1979 e 1981. Aliou a sua fé em Jesus Cristo a uma forte consciência de intervenção social que o levou a coordenar após o 25 de abril e através do COPIC o projeto de ajuda aos retornados das ex-colónias e a envolver-se mais tarde na luta pela autodeterminação do povo de Timor Leste. Nos inícios dos anos 90 participou ativamente nos primeiros encontros ecuménicos nacionais entre as Igrejas do COPIC e a Conferência Episcopal Portuguesa e mais tarde também com a Aliança Evangélica de Portuguesa. Foi por diversas vezes presidente da Direção do Conselho e participando também em diversos organismos ecuménicos internacionais.
O seu comprometido testemunho de vida e de fé, o seu amor pela reconciliação e pela unidade entre os cristãos, o seu humor jovial e a sua visão poética da vida, constituem para nós hoje, num tempo de forte polarização e de discursos de ódio, um legado a ser mantido e ampliado na fidelidade à construção do Reino de Deus e para que o mundo creia em Jesus Cristo.
Rendendo graças a Deus pela vida e obra deste seu servo, a Direção do COPIC exprime sentidas condolências à sua esposa, D. Maria Teresa Cunha e aos seus filhos, netos e restante família, e à Igreja Metodista em geral, condolências sustentadas na fé na Ressurreição em Jesus Cristo.
A Direção do COPIC
Vila Nova de Gaia, 8 de março de 2025