O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) manifestou-se contra afirmações veiculadas numa nota do Conselho Mundial do Povo Russo segundo as quais a guerra contra a Ucrânia é “santa”.
Num comunicado tornado público no final da semana passada, o CMI demarca-se claramente do documento do Conselho em que se afirma, por exemplo: “A Operação Militar Especial é uma nova etapa da luta de libertação nacional do povo russo contra o regime criminoso de Kiev e o Ocidente coletivo que o apoia, conduzida nas terras do sudoeste da Rússia desde 2014. (…) De um ponto de vista espiritual e moral, a operação militar especial é uma Guerra Santa, na qual a Rússia e o seu povo, defendendo o espaço espiritual unificado da Santa Rússia (…) protegendo o mundo do ataque do globalismo e da vitória do Ocidente que caiu no satanismo.”
Agora, no comunicado, o secretário-geral do CMI, Jerry Pillay afirma que não compreende aquelas afirmações, tendo em conta o que o ouviu do Patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa Russa, numa reunião em maio de 2023, em que este afirmou que quaisquer referências que tivesse feito à “Guerra Santa” estariam relacionadas com um domínio metafísico e não com o conflito armado na Ucrânia.
Desde a invasão russa da Ucrânia que o CMI esclareceu, claramente, que “a guerra é incompatível com a própria natureza e vontade de Deus para a humanidade e contra os princípios cristãos e ecuménicos fundamentais”, classificando a atitude da Rússia como “ilegal e injustificável”. Para além disso, rejeitou “qualquer utilização abusiva da linguagem e da autoridade religiosas para justificar a agressão armada e o ódio”. De notar que a Igreja Ortodoxa Russa contribuiu para os processos de aprovação destas posições, enquanto Igreja-membro do CMI.
Foto: Igreja Reformada na Transcarpathia |
A Conferência das Igrejas Europeias visita a Ucrânia, acompanhando as igrejas nas suas lutas pela paz
A delegação da Conferência das Igrejas Europeias (CEC) chega à Ucrânia num contexto de grandes tensões, acompanhando as igrejas e o povo ucraniano na solidariedade, no fortalecimento das relações e no diálogo pela paz.
"Estamos aqui para ouvir as igrejas e as comunidades", disse o Presidente da CEC, o Arcebispo Nikitas de Thyateira e da Grã-Bretanha. "É inspirador o modo como se mantêm resistentes perante a agressão russa e dão testemunho da devastação da vida e do território. Juntamente com os nossos irmãos e irmãs ucranianos, continuamos a exigir o fim das hostilidades russas e o estabelecimento de uma paz duradoura na região."
A delegação ecuménica chefiada pelo Arcebispo Nikitas chegou a Berehove, na Ucrânia, a 8 de abril de 2024.
O Presidente da CEC falou sobre a iniciativa da CEC "Caminhos para a Paz", que coordena a resposta da Igreja europeia à guerra na Ucrânia, destacando as vozes da Igreja ucraniana a favor da paz e da reconciliação. Os debates aprofundaram a forma como a iniciativa pode ser reforçada através de uma maior cooperação.
As reuniões em Berehove foram organizadas pela Igreja Reformada na Transcarpácia (RCT), onde os delegados ouviram os representantes da RCT, da Igreja Reformada em Berehove, da Igreja Reformada na Hungria e da Ajuda da Igreja Reformada Húngara, aprendendo sobre o seu trabalho no contexto da guerra.
"Sentimo-nos humildes ao testemunhar a esperança e a coragem demonstradas pelos líderes da igreja ucraniana, pelos teólogos e pelo povo da Ucrânia, que sofre com a devastação da guerra há dois anos ou mais", disse Katerina Pekridou, responsável pelo Programa de Teologia e Estudos do CEC.
As igrejas afirmam o seu papel na construção do futuro da Europa antes das eleições europeias
Os líderes de quatro organizações europeias, que representam diversas igrejas e entidades cristãs, emitiram uma declaração conjunta antes das eleições europeias de 2024, afirmando o seu compromisso de trabalhar em conjunto com as instituições europeias, os candidatos a deputados europeus e os partidos políticos para promover uma agenda europeia positiva que se inspire nos valores cristãos, reforçando o diálogo do artigo 17.
A declaração conjunta, emitida na quarta-feira, 20 de março de 2024, é assinada pelos presidentes da Conferência das Igrejas Europeias (CEC), da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), da Assembleia Interparlamentar para a Ortodoxia (IAO) e da Together for Europe.
A declaração sublinha a importância do reconhecimento dos valores cristãos como fundamento do projeto europeu. Por conseguinte, as Igrejas defendem a integração dos valores cristãos nas plataformas políticas e nas campanhas pré-eleitorais e, simultaneamente, apelam a uma tomada de posição contra a utilização abusiva da religião para fins políticos. Por último, a declaração incentiva a UE a aplicar o artigo 17.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), que prevê um diálogo aberto, transparente e regular entre as Igrejas e a UE.
A declaração manifesta preocupação com as repercussões das sucessivas crises económicas, de imigração, de saúde e de energia que afectam a Europa e o mundo, a par dos conflitos em curso na Ucrânia e na Terra Santa. "Estes desafios são acompanhados por uma crise de valores mais alargada no espaço europeu, que põe em causa os princípios e as instituições democráticas. Os cidadãos europeus também se tornaram mais conscientes da dificuldade dos centros de decisão europeus em responder eficazmente a estas realidades", lê-se no documento.
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Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC)
Apelo ao voto nos 50 anos da Democracia
No ano em que a democracia portuguesa celebra o 50.º aniversário da revolução do 25 de abril, somos chamados enquanto sociedade, a participar ativa e responsavelmente em dois atos eleitorais que se complementam; as eleições legislativas para a Assembleia da República a 10 de março e as eleições para o parlamento Europeu em junho próximo. São grandes os desafios que a nível internacional se colocam com evidentes implicações a nível nacional; o desafio da crescente pressão migratória para a Europa, a instabilidade internacional causada pelas diversas guerras em especial na Ucrânia e na Faixa de Gaza, o abrandar da economia europeia, o aproveitamento político das religiões para o exacerbar de movimentos nacionalistas e xenófobos e a destruição trazida por acidentes naturais extremos provocados pelas alterações climáticas.
São desafios que criam um complexo quadro de instabilidade e insegurança que naturalmente afeta o nosso país e as políticas e projetos que importa desenvolver com estabilidade para bem de todos os cidadãos. Mais do que nunca o agir local consciente e responsável requer um pensar global esclarecido e informado que assume a complexidade do mundo em que vivemos e a necessária conjugação de esforços de todos os homens e mulheres de boa vontade independentemente da sua raça, cultura e religião.
Mensagem de Natal 2023 do Conselho Mundial de Igrejas
Que Luz é esta?
«Nele estava a vida, e essa vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a venceram» - João 1,3-5
Em muitos aspetos, em todo o nosso mundo, estamos a viver um tempo de escuridão, em que os desafios crescentes ameaçam diminuir a nossa esperança, esmagar a nossa vontade de ir ao encontro das necessidades evidentes e das dores palpáveis dos nossos dias, e até minar a nossa dedicação à verdade e à justiça.
No entanto, como discípulos de Jesus e como comunidades cristãs unidas no amor de Cristo, somos chamados a enfrentar o medo, a combater a falsidade, a desafiar o egoísmo e a ganância e a oferecer esperança ao mundo inteiro.
Não podemos resignar-nos à desilusão nem sucumbir ao desespero. O mundo precisa mais de nós ; mais coragem, mais criatividade, mais inspiração e dedicação. Mais amor abnegado.
Onde é que vamos buscar essa energia e essa vida?
É notável que nós, cristãos, encontremos essa força no nascimento de um bebé fraco e vulnerável, nascido há 2000 anos na pobreza, nos confins do império, em Belém, na Palestina, e que em breve seria ameaçado por poderes malignos e deslocado para o exílio.
Nesta criança pobre, reconhecemos o herdeiro da grande tradição profética judaica da justiça, aquele que proclamou a proximidade de Deus e a nossa caridade, aquele em quem os seus seguidores passaram a ver a própria imagem de Deus e a promessa de uma Nova Criação.
No seu nascimento, acolhemos o próprio Filho de Deus agora imanente, a epifania de Deus encarnado na nossa humanidade, partilhando a nossa natureza e elevando-nos a partilhar a sua. Ele é o Emanuel - Deus connosco para sempre.
Não admira que os anjos cantem, os pastores se ajoelhem e as próprias estrelas brilhem intensamente.
A nossa celebração do nascimento de Jesus é, portanto, o nosso desafio ao desespero, o nosso sim à vida e à esperança. Ele é a nossa luz num tempo de trevas, que nos permite viver para a verdade e lutar pela redenção do mundo.
Filhos da luz, não nos conformaremos, nem deixaremos que outros se conformem, com um mundo letalmente marcado pela violência, queimado pelo calor ou escurecido pelo medo. Não nos conformaremos com a degeneração das democracias, nem com o mau uso da religião, nem com a cedência ao preconceito.
Por isso, enquanto nós, cristãos de todo o mundo, celebramos o nascimento do Messias - o contra-sinal de Deus para um mundo que por vezes parece inclinado à auto-destruição - nós, no Conselho Mundial de Igrejas, partilhamos convosco a nossa alegria sincera. Redobramos a nossa determinação de trabalhar incansavelmente convosco pela saúde e pela cura dos doentes, por uma economia justa, pelo bem-estar dos migrantes e das pessoas deslocadas, pela paz e pela segurança para todos, pelo avanço dos direitos humanos e da dignidade, por uma comunidade de fé mais profunda e pelo florescimento da justiça para as mulheres, para as crianças e para a própria terra.
Alegremo-nos, pois! A luz de Cristo promete banir as nossas trevas. Que ela ilumine os nossos espíritos e aqueça os nossos corações. Que ela ilumine o nosso caminho, iluminando a nossa jornada para a plenitude, para o discipulado autêntico, para a justiça e para a paz na terra. Que o amor e a luz de Jesus encham os nossos corações e as nossas vidas neste Natal e sempre!
Bênçãos e paz em Cristo,
Rev. Prof. Dr. Jerry Pillay
Secretário Geral
Conselho Mundial de Igrejas
Oitavário de Oração em janeiro 2024 será tempo de solidariedade e compaixão
Reunidas em Albergaria a Velha no passado dia 21 de novembro, as Igrejas ecuménicas representadas pelo Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) e Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sublinharam a importância do diálogo e da convergência num contexto político e social marcado pela divisão e extremar de posições político partidárias. A reflexão feita teve por base a partilha de experiências vividas e o reafirmar da necessidade de se encontrar consensos nacionais abrangentes relativos aos grandes desafios que o pais atravessa mormente na área da habitação, da integração do estrangeiro, da baixa natalidade e do aumento da pobreza agora também no seio da classe média.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos terá lugar de 18 a 25 de janeiro próximo com o tema «Amarás o Senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo» (Lc 10,27) baseado na parábola do Bom Samaritano e proposto este ano pelas Igrejas do Burkina Faso. No ano celebrativo do 50.º aniversário da revolução dos Cravos, procurar-se-á que a Semana da Unidade 2024, seja vivida com ações concretas de solidariedade e de compaixão com todos aqueles e aquelas cujas feridas necessitam de ser tratadas, reafirmando deste modo os valores e os princípios de uma democracia que se quer cada vez mais humana e respeitadora da dignidade inerente a cada pessoa. Conhecedoras da difícil situação vivida por muitos portugueses, migrantes e refugiados, as Igrejas apelam também ao Estado para que reforce o seu apoio financeiro às muitas instituições de solidariedade social que vivem atualmente tempos de grande dificuldade e que apesar de tudo estão no terreno e na linha da frente na ajuda aos mais necessitados.
Entendendo a política como a arte do entendimento e do serviço publico, as Igrejas reunidas sublinharam o importante papel dos órgãos de comunicação social na transmissão de mensagens capazes de gerar esperança e paz num contexto internacional de guerra e de profunda desolação. Neste exigente tempo da história foi reconhecido o papel insubstituível dos cristãos das diversas tradições eclesiais, chamados a agir como Cristo, amando como o Bom Samaritano, mostrando misericórdia e compaixão para com os necessitados, independentemente da sua identidade religiosa, étnica ou social.
O COPIC e a CEP apelam assim a todos os cristãos e Igrejas para que promovam em cada lugar, vila e cidade de Portugal e no decorrer da Semana da Unidade, celebrações geradoras de esperança e de paz capazes de nos animar a todos na construção do bem comum que a todos nos congrega.
A celebração ecuménica nacional que reunirá as diversas Igrejas terá lugar na cidade de Coimbra, na sexta feira dia 19 janeiro à noite.
Jovens Portugueses processam Estados por inação climática Jovens
Seminário em Portugal
“Fazer dos últimos os PRIMEIROS”
Uma perspectiva alargada da descolonização
A Comissão de Evangelização e Missão Mundial do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em colaboração com o Conselho Português de Igrejas Cristãs, realizou de 5 a 9 de Junho, em Lisboa - um seminário, com o título “Fazer dos últimos os PRIMEIROS”, relacionando-o com o tema da descolonização.
Na continuação da 11ª Assembleia do CMI conferencistas e participantes revisitaram e voltaram a ouvir vozes da descolonização que inspiraram os movimentos de ajuda do CMI nos tempos mais importantes da luta pela descolonização durante os anos 50 e 60 do século passado.
Um webinar ajudou os participantes a obterem uma melhor compreensão sobre os apelos recentes à descolonização; o desmascarar os persistentes poderes colonialistas que existem nos nossos sistemas; traçar um programa de missiologia sobre a descolonização, e um contributo mais alargado de envolvimento do CMI nos processos de descolonização.
“O nosso trabalho necessita de se desenvolver de forma a incluir as diferentes histórias que cada um de nós possui, aproveitar práticas com influência, a nossa visão, e espiritualidades que nos levem a aprofundar a experiência de justiça, reconciliação e unidade” disse o Rev. Dr Peter Cruchley, responsável da Comissão Evangelização e Missão Mundial do CMI. “O trabalho realizado durante os anos 60 e 70 pelo CMI durante a descolonização não está ainda completo, porque a descolonização ainda não acabou e este nosso tempo actual a recolonização é ainda mais subtil e eficaz.”
Os participantes debateram a interconexão das raízes coloniais das mudanças climáticas, desigualdade económica, e práticas supermacistas e xenófobas. “ Deus está entre os destroços e os tramas dos nossos sistemas apontando para um mundo alternativo sustentado na justiça, oferecendo reconciliação e baseado no arrependimento e na mudança, na união que se alcança por movimento que coloque em primeiro os últimos”, disse Cruchley. Dar testemunho deste mundo alternativo – colocando os últimos em primeiro – modela o conceito que trazemos para a visão e trabalho de descolonização.”
Os participantes pressionaram para que trabalhos que enfatizem a produção de métodos, hábitos e sistemas descolonização busquem persistentemente a transformação.
“Este seminário permitiu-nos fazer a mudança da perspectiva global acerca da descolonização para a passarmos a considerar no contexto de Portugal, como nos lembrou Nuna, - uma das nossas ativistas Portuguesas – que foi o primeiro país Europeu a dar inicio à opressão colonial, e o último a pôr-lhe termo”, disse Cruchley. “Ela desafiou ainda mais o CMI, dizendo-nos que é “impossível falar acerca de libertação, sem confrontar a religião e a violência feita em nome de Deus.”
Um dos dias focou-se na experiência de Portugal como nação que deu início à expensão colonial no Ocidente. Numa mensagem do Conselho Português de Igrejas Cristãs – COPIC – foi dito: “Com Portugal começou a Idade das Descobertas no século XV e sendo um país colonizador ao longo da sua história e envolvidos em diversas guerras coloniais, o tema da descolonização continua a ser um tópico de difícil aproximação na sociedade Portuguesa, dadas as suas implicações na reconstrução das memórias e experiencias herdadas do passado.”
Nota à Comunicação Social
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA ASSINALA O DIA NACIONAL DA LIBERDADE RELIGIOSA E DO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO
A Assembleia da República (AR) assinalará, a partir do dia 22 de junho, o Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-religioso, instituído por Resolução da AR em 2019, com várias iniciativas em torno desta temática.
No dia 22 de junho, quinta-feira, pelas 10 horas, o Presidente da Assembleia da República, acompanhado de uma comitiva parlamentar, visita o Centro de Diálogo Internacional (KAICIID), recentemente instalado em Lisboa, onde terá lugar um encontro com representantes das várias confissões religiosas.
No início da sessão plenária que terá lugar no mesmo dia, pelas 15h00, o Parlamento apreciará um Voto de Saudação pelo Dia Nacional da Liberdade Religiosa e do Diálogo Inter-religioso.
Ao final do dia, terá lugar na AR a apresentação do Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa no Mundo 2023, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, que contará com a intervenção, entre outros, do Presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa.
Na semana seguinte, a 28 de junho, a AR promove o primeiro de três colóquios sobre a temática da liberdade religiosa. O colóquio “A democracia e a liberdade religiosa” acontecerá após a sessão plenária, a partir das 18 horas, e contará com as intervenções de José de Sousa Brito, juiz conselheiro e antigo presidente da Comissão de Reforma da Lei da Liberdade Religiosa, Maria Lúcia Amaral, Provedora de Justiça, Esther Mucznik, Membro da Comissão para a Liberdade Religiosa, e David Munir, Imã da Mesquita Central de Lisboa. O Colóquio será moderado pelo Presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o Deputado Fernando Negrão.
Até ao final do ano, terão ainda lugar dois outros colóquios – sobre “A liberdade religiosa e a liberdade de expressão” e “As religiões – património da humanidade” – em datas a anunciar; além da inauguração de uma exposição sobre a liberdade religiosa em Portugal, comissariada pelo jornalista e especialista em assuntos religiosos António Marujo, também em data a anunciar.
COPIC relança atividade em Assembleia Geral
O Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) realizou no passado sábado, 15 abril, nas instalações da Fundação CESDA em Aveiro, a sua Assembleia Geral anual. Foram eleitos os novos órgãos diretivos para o triénio de abril de 2023 a abril de 2026. O Bispo D. Jorge Pina Cabral (Igreja Lusitana) continuará a assumir a presidência da Direção e o Pastor Emanuel Dinis (Igreja Metodista) a presidência da Assembleia Geral. Os representantes das Igrejas membros do COPIC aprovaram por unanimidade os diversos relatórios e propostas submetidos à Assembleia. Foi evocada a memória de José Ribeiro Telhado, membro da Igreja Presbiteriana e do Conselho Fiscal, falecido em janeiro deste ano e trabalhador dedicado da causa ecuménica.
O novo plano de atividades contempla a continuação da relação com os organismos ecuménicos internacionais, nomeadamente o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e a Conferência das Igrejas Europeias (CEC). O COPIC irá acolher em Lisboa, de 5 a 9 de junho próximo, um Seminário Internacional sobre Descolonização promovido pelo CMI e continuará a desenvolver em Portugal o programa europeu «Comunidades Religiosas mais seguras e fortes» promovido pela CEC e União Europeia no contexto da defesa da liberdade religiosa.
No âmbito de uma parceria a ser estabelecida com a Universidade da Maia, o COPIC vai integrar o projeto AURORA@COVID19-EU, que visa facilitar uma resposta articulada para suporte do luto e do sofrimento na sequência da pandemia COVID-19. Será prestada formação nesta área aos agentes pastorais das diversas Igrejas.
A vivência ecuménica juvenil esteve em particular destaque refletindo-se na necessidade da promoção de uma maior relação e cooperação entre os jovens das diversas Igrejas ecuménicas em Portugal. Nesse sentido a Direção irá promover um encontro nacional com os responsáveis dos diversos departamentos e secretariados juvenis.
Para preservação da identidade e memória do movimento ecuménico em Portugal será apresentado a instâncias internacionais um projeto para financiamento do tratamento do arquivo do COPIC. O Conselho integra desde julho de 2021 a rede portuguesa de Arquivos de Instituições Religiosas. Ainda e no âmbito do Programa Eco-Igrejas Portugal, prevê-se o lançamento no decorrer do Tempo da Criação 2023 (1 setembro a 4 outubro), da ferramenta digital «Indicadores de sustentabilidade A Rocha: Eco-Igrejas Portugal» que permitirá uma maior sustentabilidade e compromisso ambiental das diversas Igrejas e suas comunidades e organizações.
Os trabalhos terminaram com a recitação da oração do Pai Nosso e com um renovado compromisso de trabalho pela unidade e reconciliação das Igrejas e dos cristãos em Portugal.
Nota de Solidariedade e Pesar do
Conselho Português de Igrejas Cristãs – COPIC
enviada ao Centro Ismaili de Lisboa
Foi com profunda consternação e indignação que a Direção do Conselho Português de Igrejas Cristãs – COPIC tomou conhecimento do trágico incidente ocorrido ontem (28 de março) no vosso Centro Ismaili em Lisboa que ceifou a vida de duas senhoras membros da vossa organização de assistência a refugiados.
Pelo que vimos em total solidariedade manifestar o nosso profundo pesar pela perda destas duas vidas humanas lamentando os restantes feridos na sequência deste ato de violência e desumanidade indescritível, pedindo-vos que sejam transmitidas as nossas condolências às famílias enlutadas, e a toda a vossa Comunidade e órgãos dirigentes afetados por este triste incidente.
Suplicamos ao Altíssimo Deus que as acolha na Sua eterna Paz, e console e conforte os que sofrem a perda dos seus entes queridos nesta hora e que a todos manifeste a Sua misericórdia.
Em nome do Presidente da Direção do COPIC, Bispo Jorge Pina Cabral, e restante Direção que representa as Igrejas Lusitana – Comunhão Anglicana, Igreja Presbiteriana de Portugal, a Igreja Metodista Portuguesa, e a Igreja Alemã do Porto.
Vila Nova de Gaia, 29 de março 2023
No âmbito do projeto «Safer and Stronger Communities in Europe» (SASCE), a Conferência das Igrejas Europeias (CEC) em conjunto com o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) realizou uma formação para promover a segurança de locais e comunidades religiosas em Portugal.
A formação realizada de 7 a 8 de março abordou temas como ameaças, riscos e desafios à segurança em Portugal. As sessões reuniram líderes e membros das diversas igrejas que receberam formação sobre como melhorar a sensibilização para a segurança dos locais de culto em Portugal e reforçar os laços entre as comunidades, permitindo-lhes atuar em conjunto, prevenindo ameaças à segurança.
Foram apresentadas experiências de desafios de segurança por especialistas do Ministério do Interior e da Comissão Europeia, ligados à implementação do plano de ação da União Europeia para a proteção de espaços públicos, bem como locais de culto.
As sessões de formação foram conduzidas pela Dra. Elizabeta Kitanovic, Secretária Executiva da CEC para os Direitos Humanos, Dom Jorge Pina Cabral, Presidente do COPIC e Dany Choueka do Centro de Segurança e Crise do Congresso Judaico Europeu. Maria-Luiza van de Westelaken, Diretora de Políticas da DG HOME, Comissão Europeia, conduziu uma sessão sobre a proteção de espaços públicos na perspetiva da UE. Iúri Rodrigues da Polícia Nacional Portuguesa e Sofia Caseiro da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria falaram sobre segurança em Portugal.
Apoiada pela Comissão Europeia, a CEC realiza o projeto SASCE em conjunto com o European Jewish Congress Security and Crisis Centre, Faith Matters e a União Budista Europeia.
Proteção e Segurança de comunidades religiosas em análise em Conferência Inter-Religiosa
em Lisboa a 7 março
«Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo» (Mt 2,2)
Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos – 18 a 25 janeiro 2022
Igrejas em Portugal chamadas a ser sinal de reconciliação e de esperança
Sustentadas no texto bíblico da Epifania de nosso Senhor Jesus Cristo ao Mundo (S. Mateus 2:1-12),as Igrejas em Portugal vão reunir-se em oração ao longo da semana de 18 a 25 de janeiro. Os textos litúrgicos que inspiram a oração pela unidade foram preparados pelos cristãos do Médio Oriente que escolheram o tema da estrela que surgiu no Oriente e guiou os Magos até ao recém-nascido menino Jesus. Os cristãos do Oriente estão conscientes de que também hoje o mundo compartilha muitas angústias e dificuldades e anseia por uma luz que mostre o caminho para o Salvador que pode vencer as trevas.
As exigências e desafios que se colocam a nível global à família humana requerem que os cristãos das diversas Igrejas se unam em adoração a Cristo abrindo os seus tesouros numa partilha de dons, que manifeste desde já um compromisso pela unidade e constitua um sinal de esperança para o caminhar do tempo presente. Foi com este espírito de serviço à humanidade e de promoção da unidade visível entre os cristãos que o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promoveram a tradução e edição em Português do Guião do Oitavário pela Unidade e dos Cristãos. A celebração a nível nacional entre as Igrejas cristãs terá lugar na Sé de Aveiro no Sábado 22 de janeiro às 17h00. Estarão presentes os bispos e responsáveis das diversas Igrejas. Apela-se à presença do povo de Deus nesta celebração de unidade e de amor. O guião com os temas e leituras bíblicas para cada dia do Oitavário pode ser seguido em www.copic.pt
Na cidade de Lisboa e integrada na Semana de Oração decorrerá a Vigília Ecuménica Jovem no sábado dia 22 às 21h30 na Igreja do Colégio de São Brito – Lisboa.
Guião - Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2022
O COPIC - Conselho Português de Igrejas Cristãs, consciente da importância e oportunidade da COP26,Conferência das Partes, promovida pelas Nações Unidas,que reunirá mais de 30 000 representantes e líderes mundiais, incluindo religiosos, de 31 de outubro a 12 de novembro, na cidade de Glasgow, Escócia, sobre o importante assunto das Alterações Climáticas, vem por este meio lançar o apelo para que em todas as Igrejas se eleve uma oração intencional, em momento próprio das celebrações religiosas do próximo domingo, 31 de outubro e, caso seja possível, tocando sinos e usando as redes sociais para difusão da mensagem, sabendo que a oração opera e certamente suscitará através da força criadora do Espírito Santo, novas ações para a salvaguarda da Criação, a nossa Irmã e Mãe Terra, Casa Comum.
Oração
Ó Deus, soberano e senhor,
criador e conservador da Terra:
Tu, que deste aos homens responsabilidade sobre os seus recursos,
perdoa-nos O desperdício que fazemos dos teus dons;
ensina-nos a poupá-los e a usá-los retamente,
ao serviço de todo o teu povo e salvaguarda da Criação.
Oramos pela COP26, a Conferência das Partes, e pelos seus responsáveis,
Para que possam ativamente refletir com sabedoria, dialogar com respeito e tomar as melhores decisões
em espírito de solidariedade, para a salvaguarda da Criação
que geme, pedindo a nossa ação urgente e conversão de comportamentos.
Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Ámen.
Igrejas Europeias Ecuménicas convidam à celebração do Tempo da Criação
Para observar o Tempo da Criação 2021, sob o tema “Uma casa para todos? Renovando a Oikos de Deus” o Presidente da CEC (Conferência das Igrejas Cristãs), Rev. Christian Krieger, e o Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), Sua Eminência o Cardeal Angelo Bagnasco emitiram a seguinte declaração conjunta:
Delegação Ecuménica com Presidência Portuguesa da União Europeia
«Promover os valores europeus comuns»
No passado dia 12 de maio, em Lisboa, teve lugar no Centro Cultural de Belém (Lisboa), um encontro entre uma Delegação Ecuménica e o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Dr. Augusto Santos Silva. O encontro teve como objetivo abordar as prioridades da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
A delegação Ecuménica era constituída da parte da Conferência das Igrejas Europeias (CEC) pelo seu Presidente Reverendo Christian Krieger e pelo Presidente do Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), Bispo Jorge Pina Cabral. Da parte da Comissão das Conferências Episcopais da Igreja Católica Romana (COMECE), esteve presente o Cardeal Jean-Claude Hollerich e o Bispo do Funchal, D. Nuno Brás Martins.
As reuniões com as respetivas Presidências do Conselho da EU, fazem parte de uma tradição de longa data, em consonância com o artigo 17.º do Tratado sobre o Funcionamento da UE (TFUE), que prevê um diálogo aberto, transparente e regular entre a UE e as igrejas.
O Conselho Português de Igrejas Cristãs é uma Associação de Igrejas e Organizações de orientação ecuménica, que confessam Jesus Cristo como Deus, Senhor e Salvador, segundo as Escrituras, e que, portanto, procuram cumprir juntas a vocação comum para glória de Deus Uno e Trino – Pai, Filho e Espírito Santo.
O Conselho Português de Igrejas Cristãs é o resultado de uma experiência ecuménica que começou em 1956. Nesse ano, três Igrejas – A Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, a Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e a Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica – formaram um organismo de cooperação a que deram o nome de Comissão Intereclesiástica Portuguesa.
A experiência foi enriquecedora. Por isso, as três Igrejas quiseram levá-la mais longe e decidiram criar um Conselho Nacional ou Federação de Igrejas. Após um longo período de preparação, foi fundado o Conselho Português de Igrejas Cristãs, e solenemente inaugurado com um culto de Acção de Graças no dia 10 de Junho de 1971.